sexta-feira, 20 de maio de 2011

Poemas de Viagem - Nº 01

REGISTRO


O Tejo

silencioso

ao meu lado

reflete a face de um outro ser

que em mim ainda não havia se revelado



Águas fortes

longas

azuis

de amplos significados



Uma maturidade

uma serenidade branca

toma toda minha caixa craniana

e meus olhos curiosos

possuídos de uma tranqüilidade ímpar

consegue ver o futuro ao longe

sem desespero



Caminho pelo cais de Lisboa

relendo versos de Pessoa

ouvindo o vento cantar um fado

no timbre inconfundível de Amália Rodrigues



Um amor antigo sai da estação Apolônia

e passa próximo ao alcance dos meus sentidos

Recito Álvaro de Campos no ar



Engraçado

O amor que ontem sufocava o grito

o beijo dentro do meu peito

o desequilíbrio do meu irracional

hoje é flor lançada ao mar

seguindo a correnteza

a representação do nada

no esconderijo do Atlântico



A falta

a ausência covarde

a incompreensão do ser amado

já não me dói

Abstraí seu nome

seu canto

seu domínio do meu pensamento



Na "Terra Mãe de Camões"

descobri a força da minha fragilidade

libertei minhas mãos da racionalidade das luvas


Estou livremente lúcido


Mergulho os pés nas águas Lusitanas

 
Poema escrito em Lisboa, Portugal, as margens do rio Tejo.


Rio Tejo
Monumento aos Descobridores


Estátua em bronze do poeta Fernando Pessoa



Monumento à Luiz de Camões

Museu da Casa do Fado


Muro da casa de Fernando Pessoa 

Entrada da casa onde Pessoa viveu os últimos anos de vida



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