REGISTRO
O Tejo
silencioso
ao meu lado
reflete a face de um outro ser
que em mim ainda não havia se revelado
Águas fortes
longas
azuis
de amplos significados
Uma maturidade
uma serenidade branca
toma toda minha caixa craniana
e meus olhos curiosos
possuídos de uma tranqüilidade ímpar
consegue ver o futuro ao longe
sem desespero
Caminho pelo cais de Lisboa
relendo versos de Pessoa
ouvindo o vento cantar um fado
no timbre inconfundível de Amália Rodrigues
Um amor antigo sai da estação Apolônia
e passa próximo ao alcance dos meus sentidos
Recito Álvaro de Campos no ar
Engraçado
O amor que ontem sufocava o grito
o beijo dentro do meu peito
o desequilíbrio do meu irracional
hoje é flor lançada ao mar
seguindo a correnteza
a representação do nada
no esconderijo do Atlântico
A falta
a ausência covarde
a incompreensão do ser amado
já não me dói
Abstraí seu nome
seu canto
seu domínio do meu pensamento
Na "Terra Mãe de Camões"
descobri a força da minha fragilidade
libertei minhas mãos da racionalidade das luvas
Estou livremente lúcido
Mergulho os pés nas águas Lusitanas
Poema escrito em Lisboa, Portugal, as margens do rio Tejo.
Rio Tejo Monumento aos Descobridores |
Estátua em bronze do poeta Fernando Pessoa |
Monumento à Luiz de Camões |
Museu da Casa do Fado |
Muro da casa de Fernando Pessoa |
Entrada da casa onde Pessoa viveu os últimos anos de vida |
Nenhum comentário:
Postar um comentário