terça-feira, 26 de abril de 2011

Palavras do Mestre

Apresentação da peça "Palavras do Mestre: Paixão de Cristo" pelos alunos do II Curso de Teatro da Casa do Marinheiro e ex-alunos da I Turma no dia 23 de abril no Cine Amazônia Azul. Texto e direção Tania Dias. Participação especial Júlio Corrêa. A apresentação foi um show.

O anjo Gabriel, José, Maria e o menino Jesus

José, Maria e o menino Jesus no Templo

Jesus é preso pelos soldados
Jesus e Pilatos
Elenco

Jesus com sua mãe e Maria Madalena


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Participação no evento "Quintas Intenções"

Local: Teatro Arthur Azevedo em Campo Grande
Realização: Escola Livre de Teatro
Apresentação: Neris Cavalcante

Matéria sobre a minha participação extraída do Blog Escola Livre de Teatro
    
"Júlio Corrêa, poeta e ator, deslizou até o palco interpretando uma poesia de José Régio (Cântico Negro), deixando a platéia boquiaberta. Ao ser perguntado se sua família acreditava em seu talento Júlio Corrêa diz que sua mãe sempre o incentivou, mas que também ele tinha consciência de fazer por onde, “O importante é acreditar naquilo que te alimenta” diz. O segundo convidado da noite também falou um pouquinho sobre sua experiência de publicar livros. O primeiro livro de Júlio é “Intimas Intenções” seguido de “Substantivo Desvairado Sedutor”, e o mais recente “E-mails para Clarice”, Ensaio Sobre o Medo de Amar que você encontra a venda na http://www.estantevirtual.com.br . Júlio é militar, e coordena a parte cultural da Casa do Marinheiro com concurso de poesia e curso de teatro, além de participar do Circuito Literário Conversa com o Verso".

Foto do último Quintas Intenções - 1ª temporada
Artista e pessoas do meio cultural da zona oeste do RJ

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Como adquirir meu livro "E-mails para Clarice"

Na loja Silbene em campo Grande - RJ, no site da All Print editora, no site da Livraria da Travessa, entre outros.

Seguem alguns fragmentos do livro:

"Acordo no meio da noite, na verdade não dormi hora nenhuma, e procuro suprir a ausência de algo que não decifro por completo: a busca da própria coisa pela coisa-pura que simplesmente é. Isso me angustia, em parte, pois faz despencar sobre minha cabeça-aprendiz o mundo que desconheço. Essa impossibilidade diante do desconhecido, de certas revelações às quais ainda vou ser apresentado, causa certa ebulição em meu estômago.
Sou chamado pelas horas noturnas para cumprir algum tratado que não foi assinado por mim. Será que fui premiado ou...?
Ébrio, cambaleio em visões disformes que se formam no canto da cama, entre a parede e o armário. Estou só neste momento, no vazio do quadrado azulado pela cor do céu que se estende pela janela do mundo.
O que existe de comum entre o armário branco e eu?! Guardamos vulneráveis segredos internos.
Fecho os olhos. Giro no ar... Falo frases sem conexão com o trem de ontem, cujo bilhete de passagem ainda guardo no bolso da calça.
O quarto é negro, não enxergo a ponta do meu nariz. Sei que estou completo da minha matéria, no entanto meu espírito brinca de roda com outros tantos que as místicas energias astrais mergulham em meu tabuleiro de xadrez. Sou todos: Bispo, Pião, Cavalo, Torre, Rainha, Rei... Xeque-mate!"

"A minha impaciência é não chegar na frente do amanhã. É constatar que pode me restar apenas Um sopro de vida...Tenho que correr.
Arranho as paredes do banheiro enlouquecido de desejo, porque a junção dos pronomes possessivo e de tratamento me faz sentir cada coisa... Boa, louca, inusitada, confusa, dolorida! E me lanho, me mordo, me aperto, me delicio em pensamento. Desarrumo as toalhas do banheiro extasiado de delírio... E me absolvo, me permito à devassidão. E me solto, me lanço no ar feito papel picado. E me admito em intimidades Para não esquecer quem sou e o que sou. Meu espelho é interno.
Estou pronto para levar todas as broncas de Deus, pois sei que não sou perfeito, nem poderoso, nem certo, nem totalmente errado. Então venha, meu Deus! Venha me dar todos os cascudos! Venha me dizer que estou tomado por equívocos, que não devo agir assim, desregulado! Porém, saiba que a minha ação é genética e o meu descontrole não tem cura. Não há Diazepam para a minha hiper-atividade-sentimental. O que me salva é o próprio amor. É o ir ao encontro de..."

"Assim, quando percebi que estávamos perdendo o entusiasmo do primeiro encontro, deixei os medos encarcerados na saboneteira e decidi desabafar. Saí falando tudo o que pensava, tudo o que sentia, tudo o que queria, sem ordenação ou controle. Não podiam restar dúvidas sobre as minhas intenções. Mas é tão difícil entrar no trem quando as portas estão se fechando... Há de se ter um esforço redobrado.
Difícil aceitar um sentimento, que nos parece contrário ao modelo imposto como único exemplo de certo, durante anos e anos... Fácil é se esconder, fechar o cadeado, matar o abraço e dormir. Difícil ver o mundo com os próprios olhos, depois de tanto treinamento inverso. Fácil é se acovardar, forjar um sorriso, abortar a frágil sensibilidade e dizer Não, não sei! Talvez, quem sabe...
Meuvocê me ouviu atenciosamente, com uma expressão sem expressão, com um apertar de lábios sem sentido de prazer que me decepcionou. Ficou parado por longos segundos de eternidade. Após o silêncio profundo que nos atingiu, disse, meio sem jeito, meio sem cor, meio sem graça e sem encarar meu rosto, olhando para um ponto distante, que já sabia das minhas intenções desde o início, mas não tinha certeza se essas eram as suas... Rapidamente mudou de assunto. Sorriu... um pouco forçado. Misturou uma série de casos sem sentido e sem importância. Ficou mais intranqüilo. Parecia estar com dúvidas (e estava) em relação à vida... Em sua face residia o medo de se envolver numa nova descoberta de Ser. De Ser, mas não de Estar. E ficou sendo o que não era: trem fugindo da estação. Ele preferia estar com suas velhas teorias... e Estar implicava em não Ser."

E-mails para Clarice

Não sei quem livrará meu destino do arquétipo Cavalheiro Solitário.
Estou chafariz sem água, caneta sem tinta, MSN sem conexão, celular sem créditos, bicicleta sem rodas... Estou a tentativa de realização do gol, após os quarenta e cinco minutos do segundo tempo numa final de copa do mundo. Um desastre ambiental!
Quem salvará meus lábios ressecados pela falsidade do batom?
Estou testemunha da minha própria defesa, diante da acusação do mundo. Estou pés descalços correndo pela areia da praia, tocando levemente as águas geladas desse Rio quarenta graus. Estou vento marítimo. Estou átomo. Estou tanta coisa que me esvaziei um pouco de mim.
Um dia mato a minha própria charada.
 
(Do livro "E-mails para Clarice: ensaio sobre o medo de amar"

E-mails para Clarice

Estou Juiz no Tribunal de Última Instância. Vou absolver os dentes com aparelhos, as orelhas furadas, A mulher que matou os peixes, o cabelo carregado de gel, o piercing na sobrancelha, a camisinha tatuada... Sou favorável à vaidade inteligente e reprodutora.
Reproduzir é talento quando se produz a si mesmo sem ferramentas mirabolantes ou milagrosas. É o saber fazer.
Reproduzir é investir no ato do abraço quando a lua não espera pela noite e não se apavora com os raios do sol. É a coragem de ousar.
Reproduzir não é só RE-produzir. Digo que reproduzir é criar o que antes não existia concretamente na falsa existência, ou seja, é dar forma, mesmo que informal, ao sopro, à poeira, ao suspirar, às Pulsações... à toda abstração sentida internamente.
Posso parecer confuso no que construo de informações, porém sou uma espécie de labirinto e não devo fugir do signo lingüístico que envolve meu nome: pronome-impessoal.
Quero que as pessoas me investiguem e me descubram aos poucos.
Sou lagarto se adaptando ao clima da vegetação.

(Do livro "E-mails para Clarice: ensaio sobre o medo de amar)

E-mails para Clarice

O amor é para ser levado a sério. Ele não gosta de prateleira, nem brinca de esconde-esconde. Na verdade, ele não gosta de ser levado. Ele se instala. É dono, senhor intransferível.
O amor é uma avalanche num desfiladeiro – precipício de boas intenções. Contém todas as reticências, todos os pleonasmos. É o ponto final iniciando o período. É o desvario ambicionado das emoções.
O amor não pula numa perna só, como o saci-pererê. Ele usa todas as que lhe são alternativas.
O amor aniquila projetos a curto ou longo prazo. Concede esperar, mas cobra uma atitude e as contas com reajustes. Não aceita o faz-de-conta.
O amor é imperioso, sendo que, em fúria, se permite a doçura extrema e se torna vulgar e frágil como um favo de mel.
O amor é um par em um. É a célula recomposta. É a correspondência plena.
O amor é uma estrela de primeira grandeza. Ilumina a quintessência do universo, do interior para o exterior.

(Do livro: E-mails para Clarice)