segunda-feira, 4 de abril de 2011

E-mails para Clarice

Não sei quem livrará meu destino do arquétipo Cavalheiro Solitário.
Estou chafariz sem água, caneta sem tinta, MSN sem conexão, celular sem créditos, bicicleta sem rodas... Estou a tentativa de realização do gol, após os quarenta e cinco minutos do segundo tempo numa final de copa do mundo. Um desastre ambiental!
Quem salvará meus lábios ressecados pela falsidade do batom?
Estou testemunha da minha própria defesa, diante da acusação do mundo. Estou pés descalços correndo pela areia da praia, tocando levemente as águas geladas desse Rio quarenta graus. Estou vento marítimo. Estou átomo. Estou tanta coisa que me esvaziei um pouco de mim.
Um dia mato a minha própria charada.
 
(Do livro "E-mails para Clarice: ensaio sobre o medo de amar"

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